O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, nem tentou convencer os líderes dos partidos aliados a votarem a Medida Provisória 232, durante a reunião realizada ontem (28) no Palácio do Planalto, em que se decidiu pela rejeição da proposta. "Não perca seu tempo. Não há enfeite, não há argumento que dê palatabilidade à MP. Ela já virou um demônio é uma Geni", afirmou o líder do PTB, deputado José Múcio (PE), o primeiro a se pronunciar, dirigindo-se a Palocci. Os demais líderes seguiram na mesma linha, afirmando que a MP seria derrotada e que sua rejeição já era unanimidade no País. Diante da posição contrária dos líderes aliados, a reunião, que se prolongou até uma hora da madrugada, se transformou na discussão do ritual do enterro da MP, conforme um dos presentes.

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Antes mesmo da votação de hoje, os presidentes da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), e do Senado, Renan Calheiros (AL), comemoraram o enterro da MP durante a cerimônia de lançamento da agenda legislativa da indústria, realizada na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ambos deixaram clara a importância da pressão da sociedade no recuo do governo e a resistência do Congresso ao aumento de carga tributária. "Esta MP tem que ser enterrada e vai ser enterrada hoje", bradou Severino.

O presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), adversário há anos de Severino em Pernambuco, aproveitou a ocasião para selar a conciliação com o presidente da Câmara, a grande estrela do evento, que reuniu centenas de lideranças empresariais da indústria e de outros setores. Depois do discurso, o deputado circulou entre os convidados para receber cumprimentos.

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