Dois líderes governistas defenderam, há pouco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva das críticas feitas pela oposição à entrevista que o entrevista que o presidente deu ontem, ao programa Roda Viva, da TV Cultura. O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-S), considerou uma "atitude de desequilíbrio" os ataques ao presidente. "Lamento que a oposição ou parte dela tente atribuir ao presidente o que nada tem a ver com ele, usando frases desrespeitosas", acrescentou Chinaglia.
"O presidente não pode tirar o corpo fora dessa verdadeira lambança que fizeram com o dinheiro do povo", afirma a deputada Zulaiê Cobra (PSDB-S), no site do seu partido na internet. Segundo ela, Lula mentiu ao dizer, na entrevista, que o governo não barrou a instalação das CPIs. "As comissões estão funcionando contra a vontade do governo", afirmou ela.
Também no site do PSDB, o deputado Júlio Redecker (RS) afirma que "o presidente não sabe diferenciar erro de crime, quando considerou que o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, errou ao usar o caixa 2 para financiar campanhas municipais.
Em defesa de Lula, o líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), qualificou as críticas da oposição de "sinal da intolerância e da agressividade dos últimos meses". Uma das críticas dos oposicionistas foi o fato de o presidente ter considerado "hilariante" a discussão sobre seu impeachment. Fontana concordou com Lula. "Acho que o impeachment não é algo sério neste momento", afirmou. "A oposição insistir nesta tese é uma irresponsabilidade e está dissociado dos fatos. Nesse sentido, o presidente definiu como hilariante". Ainda segundo Fontana, "a entrevista do presidente Lula foi serena, firme, objetiva, franca e abordou todos os assuntos que fazem parte da conjuntura".
Os dois líderes governistas criticaram a oposição também pela decisão de não votar com o governo a favor da Medida Provisória 258, que unifica as estruturas das antigas Secretarias da Receitas Federal e da Receita Previdenciária. "A MP 258 é um bem para o Brasil. Lamento que a oposição entenda que seja algo desimportante e use para fazer disputa política", afirmou Chinaglia.