O PT descobriu e publicou hoje no seu jornal Informes, da bancada do partido na Câmara, discursos de dois dos tucanos mais importantes do País, segundo os quais o partido está maduro para assumir o poder. Numa sessão especial da Câmara realizada no dia 9 de fevereiro de 2000 em homenagem aos 20 anos do PT, o presidente da Câmara, Aécio Neves  candidato ao governo de Minas Gerais, e o líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio Neto, candidato ao Senado pelo Amazonas, fizeram todo tipo de elogios ao PT e chegaram a afirmar que o PT “amadureceu e está pronto para chegar à Presidência da República”.

A homenagem ao PT contou com a presença do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, na época presidente de honra do partido. Na sessão, parlamentares de todos os partidos com representação no Congresso elogiaram a trajetória do PT e destacaram “a importância do partido na defesa de um País mais justo e soberano e para a consolidação da democracia”.

Ao fazer o seu discurso, Aécio Neves disse: “Da mesma forma que todos nós amadurecemos, o PT também amadureceu”. Ele ainda era líder do PSDB; assumiria a presidência da Câmara 6 dias depois. “Se temos questões pontuais, das quais divergimos, como, por exemplo, em relação ao modelo de Estado que queremos para o País  temos algo muito mais forte em comum: todos lutamos pela diminuição das desigualdades sociais”, acrescentou.

Aécio elogiou o PT e a disposição da bancada para o diálogo. “O PT, permanentemente, ao longo dos últimos anos, cada vez mais, sem abrir mão das suas convicções e do seu projeto de País, tem sabido negociar, transigir e, obviamente, a partir daí, construir”. Ao final de seu pronunciamento, o hoje presidente da Câmara disse que gostaria de aplaudir “a coragem, a determinação e o profundo sentimento cívico que certamente caminha na alma e na consciência de cada dirigente do Partido dos Trabalhadores”.

O deputado Arthur Virgílio foi ainda mais enfático: ?O PT está fadado a chegar ao poder, porque, sobretudo, é um partido de verdade, com militância fiel, com capacidade, que desperta paixão?. Virgílio disse, no discurso, que votou em Lula no segundo turno da eleição presidencial de 1989 e que não temia uma vitória do presidenciável petista. ?Aos que indagam se tenho medo de Lula vir a ser presidente da República, afirmo: não. Tenho certeza de que, se isso ocorresse por vontade do povo brasileiro, nenhuma catástrofe aconteceria, não haveria atraso algum, nada aconteceria que levasse o Brasil a andar para trás?  declarou o líder, que deve ser eleito para o Senado.

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