Líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) chegaram há pouco ao Palácio do Planalto para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, durante almoço com líderes da base aliada, o presidente disse que a marcha dos sem-terra a Brasília ocorre de forma "calma e tranqüila", segundo relataram participantes da reunião-almoço.
Lula deixou claro, no entanto, que o governo não permitirá ações violentas na capital federal, como a invasão de prédios públicos. "Se eles (os sem-terra) fizerem qualquer coisa que contrarie a lei, o governo tomará as providências necessárias", teria ressaltado Lula. "Tenho certeza de que (a marcha) continuará tranqüila."
Ao chegar ao Planalto, o coordenador da Pastoral da Terra, d. Thomaz Balduíno, que acompanha os sem-terra, voltou a criticar a política de reforma agrária do governo. Na avaliação dele, há muito atraso na implantação do plano de reforma agrária e um continuísmo da política do governo Fernando Henrique Cardoso.
"A minha descrença (no governo Lula) é positiva, pois é uma forma de alertar o presidente para os compromissos que assumiu com a sociedade", afirmou Balduíno. "Ele (Lula) foi eleito para fazer mudanças, e nosso grande obstáculo, neste momento, continua sendo o latifúndio".
O líder do MST João Paulo Rodrigues disse que o MST pretende ouvir mais do que falar, durante o encontro com Lula, que não consta oficialmente da agenda de hoje do presidente. "Ele (Lula) sabe muito bem dos números da reforma agrária e dos nossos pedidos", ressaltou Rodrigues.