O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e 19 líderes partidários decidiram, depois de uma reunião de 3 horas e meia, iniciar um movimento para tentar dar uma solução no combate à corrupção. Chinaglia disse que até a próxima semana os líderes deverão apresentar propostas concretas nesse sentido.
Na reunião foram discutidas mais de 30 idéias que poderão ser colocadas em prática pela Câmara. "Ninguém suporta mais esse processo recorrente de corrupção continuada", afirmou Chinaglia. Segundo ele, todos os líderes estão conscientes de que sozinhos não conseguirão por em prática todas as ações e que, portanto precisam mobilizar a sociedade brasileira.
Os líderes consideraram que essa foi a melhor reunião ocorrida até agora, nesta legislatura, porque cada um contou o que sabia sobre o parlamento e o que fazia de conta que não via. Na avaliação de Chinaglia, os líderes "abriram o cérebro e o coração". Ele considerou a reunião "impactante" e disse que muitos líderes se emocionaram.
O líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE), definiu a discussão como "um instinto de sobrevivência da espécie, do parlamento e do parlamentar". "Se algo não for feito com muita coragem, acaba o mandato parlamentar", ressaltou.
José Múcio disse que todos estão conscientes de que para mudar a situação terão de enfrentar interesses que estão instalados na Casa. "Sabemos que vamos enfrentar companheiros", disse, ressaltando que os líderes usaram por diversas vezes a palavra "coragem" ao destacar a necessidade de enfrentar a corrupção.
"Chegou no fim do poço. A sociedade não agüenta mais", disse o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), destacando que a mudança precisa ser nas diversas instituições. "Cadê as condenações das pessoas que as diversas CPIs apontaram?" questionou o líde.