Um grupo de intelectuais e ativistas brasileiros ligados aos movimentos sociais deve encontrar hoje o presidente venezuelano Hugo Chávez, em agenda paralela ao 18º encontro do Grupo do Rio. “O grande tema de um diálogo como esse é: por que não se saiu, como se sai, e como se acumulam forças para sair do modelo neoliberal, atualmente vigente na América Latina”, afirmou à Agência Brasil o sociólogo Emir Sader, um dos participantes do encontro.
Sader é coordenador geral do Laboratório de Políticas Públicas na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Também devem conversar com Chávez o escritor Leonardo Boff, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Gilmar Mauro, o arquiteto Oscar Niemeyer e o advogado pedetista Nilo Batista.
Para Sader, o governo Chávez é importante na articulação de uma “frente antineoliberal” ou de “centro-esquerda” na América Latina, fugindo à “hegemonia americana”. Ele afirma que as condições para o rompimento com essas políticas liberais “estão dadas, mas quem é que rompe?”. “Bush ganhou, agora vem com uma ofensiva pesada da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), enquanto isso, cadê o Mercosul, cadê Parlamento único, moeda, todos os avanços para fortalecer um bloco tão importante?”, questiona.
Sobre nota que o presidente Chávez divulgou ontem, criticando a lentidão dos processos políticos na América Latina, Sader afirma: “Ele tem hoje o papel que tem o Fidel, de falar a verdade”. “A Venezuela é hoje o único país da América Latina que os direitos sociais melhoraram”.
O sociólogo avalia que a Venezuela tem hoje junto com o Brasil e a Argentina a condição de encaminhar importantes projetos estratégicos para a integração do continente, como a formação de uma empresa única de petróleo e a criação de um “banco de sementes”, para fazer frente às multinacionais do setor.
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