Líderes Curitibanos em Direitos Humanos GLBT sofrem ataques homofóbicos

Na madrugada do dia 11 de março de 2006 por volta das 2h30, os dois ativistas do Grupo Dignidade, entidade curitibana que promove os direitos humanos de gays, lésbicas e transgêneros e transexuais, Igo Martini e Márcio Marins, foram brutalmente agredidos.
 
Após festejar o aniversário de um amigo, os militantes, abraçados, se dirigiam calmamente para um ponto de táxi, quando passavam em frente à Caixa Econômica Federal agência Carlos Gomes em pleno centro de Curitiba. Momento em que Igo foi abordado por um casal, que imediatamente começou a agredi-lo, iniciando com uma rasteira, onde prosseguiu com socos e pontapés. Assustado, o seu companheiro, Márcio Marins, foi socorrê-lo, quando inesperadamente um terceiro elemento do sexo masculino começou a desferir socos nos agredidos. Os agressores xingaram os ativistas várias vezes dizendo que ?viado tem que morrer mesmo, bicha, viado, bicha desgraçada, bicha nojenta?. Momento em os agredidos foram atacados com uma ?pá?, subtraída de um gari.
 
De inopino, duas viaturas da guarda municipal ao pararem no sinaleiro, observaram o tumulto, estacionaram e desceram das viaturas. Igo foi em direção aos guardas municipais para pedir socorro, porém estes, violentamente, ordenaram os ativistas a deitarem-se no chão. Quando Igo tentou explicar que ele e Márcio eram as vítimas, os guardas mandavam calar a boca e iniciaram as agressões contra os dois. Igo começou a chorar, o seu companheiro pediu calma, oportunidade em que um dos guardas pisou em suas costas e chutaram-no, causando lesões graves. Os ativistas foram em seguida conduzidos ao 1º Distrito Policial, em uma viatura dirigida pela guarda municipal, sendo que Marcio foi agarrado pela garganta no caminho, quando os guardas diziam: viado tem que apanhar mesmo, que se pingasse uma gota de sangue eles (Igo e Márcio) iriam apanhar mesmo, que se eles fizessem alguma ligação por celular eles iriam apanhar mais.  

No 1º Distrito Policial, foi registrado um boletim de ocorrência onde constava que Marcio e Igo seriam os agressores e não as vítimas. Após, os agredidos foram ao Hospital Cajuru, onde aguardaram 3 horas para atendimento médico.
 
Tais fatos demonstram o despreparo da Guarda Municipal no trato com a   comunidade GLBT, o que obriga a uma resposta contundente por parte da sociedade, não somente para a segurança e o respeito aos Direitos de Gays, Lésbicas e Transgêneros e Transexuais, mas de toda a população, que está à mercê de guardas despreparados para o trato com o cidadão curitibano.
 
Cumpre esclarecer que Igo Martini é formado em Marketing, é tesoureiro e diretor Executivo do Grupo Dignidade e Presidente do Centro Paranaense de Cidadania ? CEPAC. Márcio Marins é ativista em Direitos Humanos, Coodenador de  Interação com  a  Comunidade do Grupo  Dignidade. Foi Coordenador do Fórum de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, contribuiu na criação do Disque Defesa Homossexual da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro que em seguida foi transferido para Secretaria de Estado da Justiça e Direitos do Cidadão.
 
Igo Martini e Márcio Marins foram submetidos a exames de corpo delito no Instituto Médico Legal, que ficou evidenciado lesões de natureza leve e grave respectivamente. 

Serão abertos processos penal e administrativo para responsabilizar os guardas e o casal de agressores. Foram tiradas fotos dos agredidos para registro da violência.  
 
Informações adicionais:
Centro de Referência GLBT do Grupo Dignidade (41) 3222-3999
Dra. Silene Hirata (coordenadora)  41-9657 8220  juridico@grupodignidade.org.br
Igo Martini 41-9602 5984   igomartini@grupodignidade.org.br
Márcio Marins 41-9669 1460 marciomarins@grupodignidade.org.br

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