O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Custódio Mattos (MG), disse hoje (04) que seu partido não deverá retaliar o PT na eleição da presidência da Casa por causa do episódio ocorrido na Câmara Municipal de São Paulo. "A situação deixou de ser de bancada e passou a ser partidária, nosso partido vai analisar tudo com muita prudência. E acredito que não iremos reagir a uma atitude infantil (falta de apoio do PT municipal ao candidato de José Serra à presidência da Câmara) de maneira impensada, continuaremos fazendo uma oposição responsável", destacou.
Segundo ele, no mês de dezembro foi fechado um acordo com os petistas para permitir a eleição do candidato oficial do PT à presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP). Em troca deste apoio, os petistas garantiriam o aumento da margem de remanejamento no orçamento municipal da capital (a margem passou de 1 para 15%) e a eleição do candidato do prefeito José Serra à presidência do legislativo municipal, Ricardo Montoro (PSDB). "Eu mesmo fechei esse entendimento com os deputados petistas Henrique Fontana (RS) e Arlindo Chinaglia (SP) e frisei a questão de São Paulo, que ganhou importância com a eleição de Serra", informou.
De acordo com o líder tucano, o entendimento teve o aval da presidência nacional do PT e houve a garantia de que a bancada do PT em São Paulo iria cumprir o acordo. "Depois dessa molecagem ocorrida na capital, a nossa primeira reação era a de retaliar também, mas os ânimos esfriaram e vamos encarar a questão com maturidade e responsabilidade", garantiu.
Mattos disse que vai conversar com o prefeito e presidente nacional da legenda, José Serra, e que ainda esta semana seu partido deve se reunir para tomar uma posição de consenso a respeito da sucessão à presidência da Câmara dos Deputados.
Na sua avaliação, o nome do petista Greenhalgh é adequado para o cargo, mas a bancada do PSDB deverá se reunir para adotar uma postura de consenso com relação à sucessão na Câmara, por conta do episódio de São Paulo. Mattos diz que o ocorrido na capital pode também ter outra leitura. "Temos de ver todas as hipóteses, quem sabe não foi uma manobra de algum segmento do próprio PT para desestabilizar a candidatura de Greenhalgh?", questionou.
