O presidente egípcio, Hosni Mubarak, qualificou de "caótica, asquerosa e inaceitável" a execução do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein no primeiro dia da festividade muçulmana do "Eid al-Adha" (sacrifício). Em declarações ao jornal israelense "Yedioth Ahronoth", publicadas hoje pelo jornal egípcio estatal "Al-Ahram", Mubarak disse que o julgamento de Saddam "foi ilegal já que ocorreu sob a ocupação e contra as leis internacionais, especialmente porque houve intenção para executá-lo".
Segundo o jornal, Mubarak disse que tinha pedido ao presidente americano, George W. Bush, que interviesse para o adiamento da execução da pena de morte contra Saddam, e acrescentou que era possível aplicá-la "sem propaganda nem forca, nem alegria do mal alheio". Em novembro, antes da execução, o presidente egípcio havia advertido na imprensa egípcia que a morte do ex-ditador iraquiano "faria com que a violência no Iraque explodisse e levaria ao aprofundamento das diferenças sectárias e étnicas".
A União Européia (UE), atualmente presidida pela Alemanha, relembrou que a entidade é contra a pena de morte, independentemente das condições do réu. Em comunicado apresentado em Berlim, a UE afirmou que a execução por pena de morte de qualquer prisioneiro de ambas as partes pode dificultar o diálogo em busca de reconciliação e paz. O comunicado também fez um apelo para que sejam feitos julgamentos mais justos sobre os envolvidos na guerra.
