A líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvatti (SC), afirmou que a oposição "tumultuou" a sessão desta terça-feira (17) da CPI Mista dos Sanguessugas em que seriam votados requerimentos que prejudicariam os interesses eleitorais dos oposicionistas. Um dos requerimentos previa a convocação do empresário Abel Pereira acusado de ter atuado no Ministério da Saúde como intermediário da empresa Planam quando o ministro era Barjas Negri, ligado ao PSDB e substituto de José Serra.
Ideli Salvatti evitou assumir uma posição sobre o comparecimento à CPI dos quatro ex-ministros da Saúde convidados pela comissão – Humberto Costa e Saraiva Felipe, do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e José Serra e Barjas Negri, do governo Fernando Henrique Cardoso.
O requerimento de convocação de Abel Pereira não chegou a ser votado. A sessão da CPI dos Sanguessugas foi encerrada pelo seu presidente, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), antes da votação. Biscaia disse que o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), estava determinando o final da sessão da comissão para que seus integrantes pudessem participar de reunião deliberativa do plenário da Casa.
"Espero que todos os que receberam convite venham se explicar. Se, antes do segundo turno, ou não, essa é uma prerrogativa que não é minha, e sim do presidente da CPI e do relator", afirmou Ideli Salvatti. Na verdade, a prerrogativa de comparecer, quando há um convite, é do convidado.
O líder da Minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), afirmou que, havendo possibilidade, todos deveriam ser ouvidos antes do segundo turno. Aleluia destacou que a transformação da convocação dos ex-ministros em convite se deu porque não se poderia confundir a presença deles para esclarecimentos com a convocação do presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini, e de integrantes do comitê de campanha de Lula, que terão de explicar o episódio da montagem do dossiê por petistas contra candidatos do PSDB.