Brasília – O estatuto da reeleição deve ser suprimido da democracia brasileira, defende o líder do PT na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana, que afirma haver um ?grande consenso? no Congresso Nacional sobre isso.
?Uma grande maioria de opiniões entende dessa forma. A bancada do PT tem uma ampla maioria de deputados que pensam assim. Portanto, devemos incluir o fim da reeleição nos pontos da reforma política", disse, em entrevista nesta quarta-feira (1º) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Fontana, que a classifica a medida como "a reforma das reformas", diz que o mandato presidencial deve passar de quatro para cinco anos. E também se diz a favor da fidelidade partidária.
?Na legislatura atual, que está se encerrando nos próximos dois meses, tivemos mais da metade dos parlamentares que trocaram de partido. E isso frauda a vontade do eleitor e a vontade de quem construiu o Congresso?.
Segundo o deputado, nas próximas semanas, o PT pretende formar uma coalizão com partidos como o PMDB, PC do B, PSB – núcleos que apóia o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o primeiro governo. A idéia é que a base garanta a votação de reformas consideradas importantes, como a da reeleição.
?Temos hoje uma base de sustentação política bem mais sólida que a obtida no primeiro governo Lula?, avaliou, acrescentando que o Pt recebeu a maior votação entre todos os partidos políticos para a Câmara dos Deputados. A maior bancada de deputados, no entanto, é do PMDB.
Além da base de sustentação do governo, Fontana disse que pretende chamar a oposição para votar projetos que considera importantes, como o da lei para micro e pequenas empresas, do fundo da educação básica e da mini-reforma tributária.
O partido tem maioria consolidada na Câmara. No caso da escolha do presidente da Casa, o deputado quer que seja um nome respaldado por essa maioria.
?Se houver uma disputa, que tenhamos uma vitória de um nome respaldado pela maioria que sustenta o governo Lula. O PT, como a segunda maior bancada, vai participar desse diálogo oferecendo nomes para esta análise. O PMDB tende a indicar a presidência do Senado?.
Ele diz que o partido tanto poderá indicar um nome como apoiar outro que tenha o perfil que imaginam. ?Vou agir, como líder da bancada do PT, ouvindo todos os partidos, todos os líderes, participando das negociações, sem uma posição de intransigência. Vou ouvir os argumentos dos diferentes partidos para escolhermos um bom presidente para a Casa?.