O líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), protocolou nesta sexta-feira (11) um pedido para que o deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP) seja punido por falta de decoro parlamentar por ter agredido verbalmente a deputada Cida Diogo (PT-RJ). No plenário da Câmara enquanto corria a sessão da última quarta-feira, Clodovil chamou a deputada de "feia", provocando o choro da parlamentar, o que acabou levando à suspensão temporária da sessão. Na representação, Luiz Sérgio afirma que Clodovil tem sido "extremamente preconceituoso, sexista e homofóbico, no exercício do mandato parlamentar" e que desrespeitou a Constituição, o Código de Ética e o regimento interno.

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Essa foi a quarta representação contra o deputado encaminhada à Mesa da Câmara. Ontem, a própria deputada entrou com uma representação com o apoio de cem assinaturas de parlamentares contra Clodovil por ele ter declarado que "as mulheres ficaram muito ordinárias e que, hoje em dia, trabalham deitadas e descansam em pé". Para o líder petista, a Câmara precisa tomar uma atitude para impedir que o parlamentar agrida as pessoas. "Quando foi eleito, ele (Clodovil) disse que nem sabia o que vinha fazer aqui. Ele continua não sabendo o que fazer enquanto parlamentar alucinado por buscar a mídia", disse o líder.

O corregedor, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), vai elaborar um parecer que será, posteriormente, avaliado na reunião da Mesa. Nesse caso, segundo a assessoria jurídica da Casa, a eventual punição poderá ser censura verbal ou escrita.

Nos dois primeiros casos de processos contra Clodovil, a corregedoria da Câmara propôs o arquivamento com a justificativa de que os fatos ocorreram quando ele ainda não tinha sido diplomado deputado. No primeiro processo, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu que a Câmara analisasse se houve quebra de decoro do deputado. Clodovil havia declarado em entrevista que poderia considerar a hipótese de apoiar um projeto desde que recebesse um pagamento que não fosse pequeno. O processo foi arquivado pela Mesa ainda na presidência de Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

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O segundo processo ainda não foi votado pela Mesa. Inocêncio propôs o arquivamento, mas, temendo repercussão negativa, a decisão foi adiada pela Mesa presidida por Arlindo Chinaglia (PT-SP). Nesse caso, a representação foi encaminhada pela Federação Israelita do Rio der Janeiro. Em entrevista, Clodovil teria supostamente ofendido os judeus ao comentar o Holocausto.