O novo líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), disse, nesta quinta-feira, que o partido não concorda com o afastamento temporário do presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), envolvido em denúncia de recebimento de propina do concessionário de restaurante Sebastião Buani.
Na última segunda-feira, parlamentares do PPS, PFL, PSDB e PV protocolaram na presidência da Casa um pedido de saída de Severino, até que as investigações sejam concluídas.
Mas, para Fontana, com o afastamento, o PFL assumiria a presidência, sem ter sido eleito para isso. O primeiro vice-presidente da Câmara é o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL). Além disso, o novo líder do PT na Câmara argumenta que a hipótese de afastamento não tem respaldo na Constituição.
"Ou o presidente Severino consegue apresentar sua defesa convincente e fica, ou, se não for convincente, uma nova eleição deve ser feita para o cargo", afirmou.
Fontana defendeu a profundidade nas investigações e evitou comentar se a legenda se juntaria a outras para assinar um pedido de cassação de Severino, a ser enviado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara.
"Não conheço a representação. Não fui procurado por nenhum partido", disse. Na terça-feira, PPS, PFL, PSDB e PV devem assinar uma representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra o presidente da Câmara.