Brasília – O líder do P-Sol, deputado Chico Alencar (RJ), criticou a formação de blocos partidários para obter cargos na Mesa Diretora da Câmara. Ele disse acreditar que as composições anunciadas nesta quarta-feira não serão duradouras, já que foram formadas baseadas em cargos, "e não em causas".

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"Acredito que esses blocos vão se desintegrar na Quarta-Feira de Cinzas. Eu quero ser supreeendido, desmentido, primeiro, com a durabilidade desses blocos e, segundo, com a consistência programatica,  ideologica e doutrinária dessas composições.  Mas temos que reconhecer que o regimento da Casa abriga esse tipo de expediente, artemanha, o que é muito ruim. Por isso, às vezes, é melhor ficar de fora", disse Alencar.

Dezessete dos vinte partidos representados na Câmara formaram, nesta quarta-feira, três blocos parlamentares para ter maioria na Casa e, com isso, controlar os cargos da Mesa Diretora. Um deles, considerado um megabloco, foi formado por oito partidos e conta com 273 deputados. A escolha dos cargos da Mesa Diretora depende do tamanho dos partidos ou blocos.

Com a composição estabelecida, o maior bloco, representado pelo PMDB, PT, PTB, PP, PR, PSC, PtdoB e PTC, ficou com o direito de ter seis cargos na Mesa. Já o bloco PSDB, PFL e PPS, formado por 153 deputados, teve direito a três cargos na Mesa; e o bloco PSB, PCdoB, PDT, PAN, PMN e PHS, formado por 70 parlamentares, dois cargos. Apenas três partidos decidiram não integrar nenhum tipo de composição: o PV, PRB e Psol.

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Chico Alencar também comentou a composição dos partidos políticos nos cargos da Mesa Diretora. Segundo ele, a indicação de um deputado do PR para ocupar a segunda vice-presidência é bastante preocupante. "Você colocar na segunda vice um partido que teve atuação proeminente no mensalão, dar a ele a Corregedoria da Casa, que a segunda vice dá direito a isso, é muito grave, porque significa que querem considerar a eleição uma anistia", disse citando o PL e Prona que se juntaram no PR.