O líder do PR (Partido Republicano) na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), afirmou que o partido poderá abdicar de participar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso o Ministério dos Transportes seja desmembrado com a eventual criação de uma Secretaria dos Portos. "Fica claro que, se (o governo) mantiver esse tipo de entendimento (criar a Secretaria) realmente, para nós é melhor não participar da administração", declarou Castro. Ele fez a ressalva de que isso não significaria rompimento com o governo: "Podemos, de alguma forma, manter a convivência política.
Castro comentou que, quando o presidente Lula ofereceu o Ministério dos Transportes ao PR, ninguém jamais mencionou que uma parte do ministério seria retirada. A notícia sobre essa possibilidade, publicada nesta sexta-feira (16) e – ressaltou Castro – não confirmada pelo governo, deixa a legenda em situação desconfortável, segundo o líder. "O governo nega que esteja fazendo essa divisão", observou.
Castro afirmou que a idéia de dividir o Ministério dos Transportes em dois é equivocada, "tecnicamente e politicamente" porque o sistema de transportes no País é interligado. "As ferrovias terminam nos portos. Não entendemos como a questão dos portos poderia ser tratada separadamente do Ministério dos Transportes", argumentou.
Ele afirmou que o senador Alfredo Nascimento (PR) foi indicado "para o Ministério dos Transportes inteiro", e não para uma parte. Do ponto de vista político – argumentou o líder -, o partido entende que não há outra forma de participar a não ser com um ministério "por inteiro".
"Se o governo resolver tirar uma área importante do ministério, o partido tomará uma decisão de, talvez, não participar da administração do governo", declarou Castro. Acrescentou que o PR "nunca foi ao presidente reivindicar ministérios" e lembrou que o partido tem 42 deputados e quatro senadores e "é o parceiro mais leal da coligação" governista.
