Aos 20 anos, a estudante universitária Carolina Albuquerque precisava de um emprego que lhe garantisse estabilidade. Apostou na profissionalização e se inscreveu no curso de telemarketing, oferecido pela Prefeitura de Curitiba no Liceu de Ofícios do Carmo. Carolina já saiu do curso com uma vaga em uma empresa que presta serviços para um grande banco. Além de carteira assinada, vales transporte e lanche, o novo emprego lhe dá a possibilidade de fazer carreira na empresa.
Carolina é uma das 548 pessoas que já passaram pelas aulas do curso de telemarketing oferecidos pela Fundação de Ação Social (FAS) em parceria com a empresa Everest Gestão de Pessoas. As aulas começaram em julho deste ano e da lá para cá o curso já formou 13 turmas e assegurou a colocação de 132 alunos no mercado de trabalho.
O curso tem uma receita de sucesso. A união de esforços da FAS, que oferece nos Liceus de Ofícios capacitação profissional específica para as necessidades do mercado e da Everest que precisa de mão-de-obra qualificada para inserir nas empresas para as quais presta serviço.
"É uma parceria onde todos saem ganhando", diz o diretor de Consultoria em Call Center da Everest, Valdeci de Oliveira Carneiro. Segundo Valdeci, no curso é possível detectar talentos e investir na formação das pessoas que têm perfil para atuar no telemarketing", disse o consultor.
Para a FAS, a parceria é uma excelente garantia de colocação dos alunos no mercado de trabalho. "Os Liceus são instrumentos de geração de trabalho e renda. Nosso trabalho se torna mais eficiente quando conseguimos suprir a necessidade do mercado", explica o coordenador de geração de renda da FAS, Luiz Alberto Motta.
Com esta formação profissional voltada para as necessidades específicas do mercado, a FAS tem conseguido aumentar as possibilidades de emprego para os alunos dos Liceus. Já a empresa, além de ter suas necessidades atendidas, faz também um grande trabalho social oferecendo qualificação profissional a quem precisa de emprego. Só no ano passado, 36 mil alunos foram aprovados nos cursos de qualificação da FAS. Destes, 13 mil declararam ter conseguido um emprego.
O sucesso de Carolina motiva aqueles que buscam o primeiro emprego. Fernanda de Mello Fock é um exemplo. Ela está se preparando para o vestibular e, quando entrar na universidade, vai precisar de um emprego para manter os estudos. "Estou investindo em uma área que está em grande expansão", conta a estudante. "Pretendo que o curso impulsione a minha carreira", disse Fernanda.
Formação
O curso de telemarketing, realizado gratuitamente no Liceu do Carmo, oferece 16 horas de aula, durante quatro dias. No curso os alunos aprendem técnicas de abordagem ao cliente e todas as ramificações da profissão. Segundo a professora, Floriza Auriet, o mais importante a vocação do aluno que pode ser direcionado para diferentes tarefas dentro do telemarketing.
"Algumas pessoas têm perfil para trabalhar com atendimento ao público, outras têm poder de persuasão necessários para ficar na área de vendas", explica Floriza. Com 18 anos de experiência, a professora comemora os bons resultados alcançados pela parceria.
"As empresas nos procuram porque sabem que vamos indicar pessoas com a formação que elas precisam", disse Floriza. O potencial do mercado para absorção, segundo a professora, é bastante promissor. "O Código do Consumidor, criado em 1990 obrigou as empresas a criar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) o que abriu as portas do call center", contou Floriza.
Atualmente, o mercado de telemarketing no Brasil emprega cerca de 450 mil pessoas e as previsões são bastante promissoras. A estimativa é que até o final deste ano, só Curitiba e região metropolitana gerem em torno de 5.000 empregos no setor.
Os interessados em participar do curso de telemarketing devem procurar o Liceu de Ofícios do Carmo, que fica na Rua do Boqueirão, no Terminal do Carmo. Além deste, a FAS oferece outros 80 cursos de capacitação profissional que fazem parte das iniciativas do município para garantir trabalho e renda à população, abrindo as portas para famílias de baixa renda alcançarem a auto sustentabilidade.
