Exemplar por sua serenidade, aliás, como convém aos empreendimentos de alto nível, a página publicada domingo pelo caderno Direito e Justiça, de O Estado do Paraná, sobre o infeliz protagonismo do juiz da 3.ª Vara do Trabalho da Comarca de Cascavel, Bento Azambuja Moreira, recusando-se a presidir audiência para a qual o reclamante, o trabalhador rural Joanir Pereira, se apresentara calçando um par de chinelos.

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O juiz, para justificar a decisão, lavrou termo onde consignou que ?o Juízo deixa registrado que não irá realizar esta audiência, tendo em vista que o reclamante compareceu em Juízo trajando chinelo de dedos, calçado incompatível com a dignidade do Poder Judiciário?.

Além da manifestação da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) lamentando a decisão do juiz, enfatizando que ?decisões e normas como essas apenas servem para afastar o cidadão da Justiça? e outros depoimentos, o diapasão foi dado pelo notável artigo de Luís Carlos Moro, ao enumerar personalidades engrandecidas pelo uso das sandálias da humildade como Jesus Cristo, Simão Pedro, Francisco de Assis, Gandhi e Teresa de Calcutá.

A conclusão é irreprochável ao subentender que o magistrado ?poderia ter lavado os pés daquele trabalhador?. Bem ao contrário, ?preferiu expulsá-lo?…

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