O ministro libanês do Trabalho, Tarrad Hamadeh, alertou nesta terça-feira (22) que o Líbano poderia pedir aos navios e aviões de países árabes que rompam os bloqueios aéreo e marítimo impostos ao país por Israel. Por sua vez, o ministro libanês das Relações Exteriores, Fawzi Salloukh, pediu à comunidade internacional que force Israel a encerrar o bloqueio.
As declarações dos ministros libaneses vieram à tona horas depois de o gabinete de governo do Líbano ter denunciado o bloqueio, considerando que a medida israelense viola o cessar-fogo imposto pela Organização das Nações Unidas (ONU). Reunidos no fim da noite de ontem, os ministros libaneses não chegaram a exigir publicamente o desafio ao bloqueio, mas qualificaram a iniciativa como "uma das práticas terroristas" de Israel.
Hoje, Hamadeh, um ministro ligado ao Hezbollah (Partido de Deus) declarou que o Líbano tem o direito de buscar o fim do bloqueio israelense e sugeriu que o governo libanês poderia pedir a ajuda de companhias aéreas e marítimas baseadas em países árabes. "Entrar no Líbano por mar e ar é uma questão de soberania. Os libaneses devem ser livres para entrar e sair do país. Não podemos aceitar esse cerco e essa chantagem", declarou Hamadeh. "Se Israel quiser atacar, vejamos se atacará navios e aviões árabes para depois arcar com a responsabilidade perante a comunidade internacional", prosseguiu.
Analistas consideram improvável a adesão de países árabes a uma medida do gênero e acreditam que tal iniciativa poderia resultar na deflagração de um amplo conflito no Oriente Médio. Hoje, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse que o Exército de seu país somente suspenderá o bloqueio quando tropas internacionais sob os auspícios da ONU estiverem posicionadas no sul do Líbano.