Adana (Turquia) – Parte dos 260 brasileiros que retornam hoje (15) ao Brasil após fugir da violência no Líbanos são libaneses naturalizados brasileiros. Eles fazem parte de uma geração que nas últimas duas décadas fez o movimento contrário ao dos país. Foi criada no Brasil e, depois de adultos ou até aposentados, resolveu morar ou visitar o Líbano com freqüência.

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Os primeiros registros de migração libanesa em massa para o Brasil remontam ao período de dominação do Império Otamano, que só deixou a bem irrigada região após a Primeira Guerra Mundial. A partir da década de 70, conflitos com Israel e Síria fizeram com que mais uma leva de libaneses cruzassem o Atlântico.

 O comerciante Ismael Abas, 60 anos, faz parte desse grupo. Foi ainda jovem com os pais para o Brasil. Viveu em São Paulo por 35 anos. Há sete, voltou ao Líbano para trabalhar e proporcionar uma educação diferenciada aos filhos, mais próxyma da cultura árabe.

 ?Agora, infelizmente, vou voltar ao Brasil. É um país maravilhoso. Mas que eu não queria voltar desse jeito?, afirma Abas, que ainda no início do conflito enviou os filhos para o Brasil pela Romênia. ?Vimos muito bombardeio. Fiquei abalado. Os brasileiros nunca viram isso. Uma desgraça na vida de um povo.?

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 O aposentado Abdullah Fares, 61 anos, estava passando uma temporada no Líbano quando os bombardeios começaram. Desde 1971, ele vive no Brasil.

 ?Cheguei com 25 anos, mas sempre voltava para o Líbano para passear. E agora, que estou aposentado, pensava em ficar mais tempo até acontecer tudo?, lembra Fares, emocionado. ?Acabei vendo foguete caindo, pessoas morrendo. Fico triste de ir embora assim. A gente sente dor muito forte, muito.?

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