O Secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse há pouco que a inflação é um dos riscos remanescentes no País. Segundo ele, o índice IPCA acumulado no ano passado, de 7,6%, ficou acima da inflação registrada em vários países emergentes, deixando o Brasil em posição pior nesse indicador, ao contrário do que ocorreu em outras áreas, com a fiscal. Em palestra no seminário "Cenário da Economia Brasileira e Mundial em 2005", Levy destacou a preocupação com a trajetória da inflação, observando que vários setores tiveram aumentos de preços acima da média do IPCA no ano passado e que ainda há "bastante dispersão de inflação", em alguns grupos de produtos.
"Com certeza, temos que continuar prestando atenção nessa área", disse Levy apontando o problema como um dos poucos riscos numa lista de avanços econômicos promovidos pelo governo que listou em sua palestra, como os ajustes externo e fiscal.
Outro desafio citado por Levy foi a previdência social, já que, segundo ele, o número de benefícios continua crescendo e constitui um problema para o governo.
O secretário sublinhou ainda que os gastos sociais no País como percentual do PIB já é comparável ao de muitos países da OCDE e "temos que usar esses gastos com mais inteligência porque já estamos no limite e temos que saber como gastar", observou. Apesar dos problemas citados, Levy terminou sua palestra afirmando que o governo está buscando um equilíbrio entre os instrumentos de política econômica para garantir um crescimento sustentável no País. O seminário será encerrado pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
