Embora tenha ganho força assim que foi lançada, a candidatura do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) à presidência da Câmara ontem (17) não tinha obtido consenso dentro do próprio ninho tucano. Nada menos que 14 deputados se disseram indecisos, ao serem ouvidos em levantamento feito pelo Estado com os 65 integrantes da bancada que assume em 1º de fevereiro. Um deputado declarou voto em Arlindo Chinaglia (PT-SP), o líder do governo Lula formalmente apoiado pelo PSDB. Juntos, esses dois grupos representaram 28% dos tucanos localizados pela reportagem – 54 ao todo. Fruet tinha ontem apoio declarado de 39 deputados – ou 72% dos que se posicionaram.

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Não foram localizados ou não quiseram responder à consulta 11 parlamentares. O deputado Armando Abílio (PB), que costuma ser contado como 66º integrante da bancada, esclareceu que deixou o partido em novembro. As respostas foram dadas com a garantia de que seu autor seria mantido em sigilo, inclusive no caso próprio Fruet, cujo voto foi contabilizado. A eleição na Câmara também é realizada com votos secretos.

Até o início da semana, os votos da bancada pendiam para Chinaglia, de acordo com o líder tucano Jutahy Júnior (BA), que fez consulta telefônica aos deputados, embora não tenha divulgado o resultado. Jutahy chegou a anunciar o apoio ao petista, em um encontro em Vitória, mas a reviravolta ocorrida no partido ontem fez o líder telefonar para Chinaglia e retirar o apoio.

Ainda há tensões a serem administradas entre os tucanos. No Ceará, o deputado Leo Alcântara acredita que todos votarão em Fruet, mas ele ameaça deixar o partido junto com outros quatro parlamentares. Em Minas, o governador Aécio Neves reunirá os sete deputados do PSDB na segunda-feira para fechar uma posição conjunta sobre a eleição na Câmara. Aécio também pretende se encontrar com os cerca de 40 deputados federais de partidos que integram sua base no Estado. Aliados dizem que o governador está inclinado a fechar com a candidatura Fruet.

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