O Projeto Inspeção Periódica de Pulverizadores, iniciado em fevereiro de 2001, analisou 200 equipamentos e verificou que todos apresentaram algum tipo de falha. O estudo revelou que os principais problemas são defeitos nos manômetros (aparelhos para medir pressão) (92,3%), nas pontas de pulverização (80,5%) ou vazamentos (54%).

O despreparo dos operadores também ficou claro na análise de um outro dado. Em 80% dos casos investigados foram constatados erros na taxa de aplicação ou na dosagem dos produtos.
?Estudamos os chamados pulverizadores de barra, usados em culturas anuais como a do milho e a da soja?, disse Ulisses Antuniassi, professor do Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), do campus de Botucatu.

Ele é um dos responsáveis pelo projeto ao lado de Marco Antonio Gandolfo, da Faculdade Luiz Meneguel, da cidade de Bandeirantes, interior do Paraná. Os resultados do levantamento já causam impacto no dia-a-dia dos agricultores, segundo Antuniassi. Depois da identificação do problema feito pelos pesquisadores, um projeto de lei estadual entrou em vigor no Paraná, regulamentando a vistoria. ?A inspeção está sendo feita. As instituições organizadas, principalmente paranaenses, estão incentivando seus associados a participarem do projeto?, contou.

O principal ganho do programa – além de identificar que os pulverizadores estão afetando mais o meio ambiente do que deveriam – foi desenvolver o próprio método de inspeção, algo inédito para os padrões brasileiros. Na Alemanha, por exemplo, há mais de 30 anos a inspeção é obrigatória.

?Além do impacto ambiental, a falta de regulagem das máquinas provoca um prejuízo muito grande para os produtores, que gastam mais produto do que o necessário?, disse Antuniassi. Segundo ele, a maioria dos problemas detectados pelo novo método poderia ser resolvido com uma simples ida à oficina.

O próximo passo já está em andamento. ?As inspeções estão gerando novos dados para a continuidade da pesquisa. Estamos investigando agora como o tempo de uso da máquina pode contribuir para o surgimento de problemas?, informa Antuniassi. Além da análise das máquinas nos pátios das fábricas, quando ainda estão sem uso, os pesquisadores foram a campo saber como as máquinas se comportam após o primeiro ano de uso. ?A quantidade de tempo que o equipamento fica em atividade é muito importante?, disse ele. (Agência Fapesp)

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