Levando o barco

O brasileiro não perde a esperança, mesmo diante das evidências que ressaltam a quadra de extremas dificuldades socioeconômicas vividas pelo País. Tal expectativa de melhora foi, mais uma vez, confirmada pela pesquisa CNT/Sensus sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, por extensão, do governo.

Vencidos os primeiros 100 dias do segundo mandato, com a maioria dos projetos estancados no Congresso, a escalada da violência nos principais centros urbanos e a crise institucional gerada pelo comportamento anômalo dos sargentos controladores do tráfego aéreo, Lula continua a desfrutar um nível ascendente de confiança popular.

A pesquisa simplesmente exacerba um fato que, sem dúvida, faz estufar o despeito dos opositores, tendo em vista que depois de 51 meses no exercício do maior cargo da República, Lula jamais teve o índice de aprovação de 63,7% dos entrevistados, dos quais 49,5% se manifestaram pela avaliação positiva de seu estilo de administrar. Por cima, 54,8% acreditam que o segundo mandato será melhor que o primeiro.

É provável que a convicção hoje cravada pelas respostas da maioria dos entrevistados na enquete patrocinada pela CNT/Sensus tenha sido percebida com uma dose de invejável premonição pelos dirigentes dos 11 partidos que não titubearam em armar a lona no imenso caravançará, bem a propósito denominado de coalizão governamental.

Não estivessem absolutamente convencidos da olímpica superioridade do segundo governo, os mortais comuns não sabem exatamente em que aspectos dar-se-á a melhoria, os mestres ilusionistas do arco partidário não agiriam com tamanha sofreguidão e solércia no massivo desembarque na conjunção arquitetada pela argúcia política do ex-líder metalúrgico.

Prova da capacidade insuperável do presidente Lula em reforçar o apoio que já possui e recarregar o estoque de simpatia, ficou patente na alocução de anteontem aos prefeitos que foram a Brasília em busca de maior estipêndio. O chefe do governo foi ovacionado ao prometer o aumento de 1% no repasse das verbas do Fundo de Participação dos Municípios, originárias do Imposto de Renda e IPI.

Fundado nessa retórica populista, tão vazia quanto amiúde podem ser os discursos protocolares, Lula leva o barco… 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo