Quando o contribuinte que paga as contas da estrutura que finge encarnar os princípios da ordem constituída e, por isso, reivindica boçalmente a prerrogativa de se intitular governo, testemunha o descalabro do sistema de segurança pública instalado no Rio, paroxismo impossível de ser definido de modo apropriado, a saída é preparar-se para o pior.
É chocante, mas a realidade do banditismo infiltrado nas malhas do arcabouço legal atingiu as raias do completo absurdo. Dez por cento do efetivo de um batalhão da Polícia Militar, que ostenta sobre o portão principal o dístico de Duque de Caxias, recebeu ordem de prisão da Polícia Civil.
O motivo para a prisão dos integrantes da corporação foi a associação com criminosos para o tráfico de drogas, concussão, formação de quadrilha e acobertamento da criminalidade.
PMs recebiam propinas semanais pela proteção fornecida a traficantes de drogas, informações de cocheira sobre batidas em pontos de tráfico e até a soltura de integrantes das quadrilhas.
Um tênue laço entre lei e barbárie sustenta a espada de Dâmocles que pende ameaçadora sobre os cidadãos de bem.