Lei do Gás não tem importância, diz Gabrielli

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse esta tarde, durante o Forum Estadão de Energia, que a criação de uma Lei do Gás não ajudará num aumento de oferta do combustível. Segundo ele, em todos os países os investimentos em infra-estrutura para produção e distribuição do gás natural foram feitos por um grande investidor que assumiu os riscos, obteve o retorno dos investimentos e, só num segundo momento, o mercado foi aberto para outros investidores. "O Brasil pode querer fazer diferente, mas a Lei do Gás não é a solução", afirmou o executivo.

Existem hoje dois projetos em tramitação no Congresso que regulamentam o mercado de gás. Um do governo federal e outro do senador Rodolfo Tourinho (PFL-BA), que conta com apoio do setor privado. O ponto mais polêmico do projeto de Tourinho é o compartilhamento da rede de gasodutos, do qual a Petrobras é contra.

Questionado sobre a Petrobras ter pretensão de manter o monopólio no setor (excetuando-se a distribuição), Gabrielli afirmou que a empresa está disposta a investir e assumir os riscos. "Se o setor privado estiver disposto a assumir riscos, ele pode também", disse Gabrielli.

Gasoduto

Na opinião de Gabrielli, o supergasoduto negociado entre os governos do Brasil, da Venezuela e da Argentina só terá sentido se integrar todas as áreas de produção de gás natural na América do Sul. Segundo ele, isso garante as condições para que não haja problemas entre os parceiros do empreendimento.

"Se resolvermos todos os problemas desse gasoduto e integrarmos todos os produtores de gás (Bolívia, Peru, Venezuela e Brasil), poderemos eliminar os riscos de alguns parceiros quererem mandar nos outros", disse Gabrielli. Ele não fez menção exclusiva à Venezuela, mas é o presidente venezuelano, Hugo Chávez, o principal interessado em liderar o empreendimento.

Gabrielli afirmou que o supergasoduto só terá sentido como empreendimento de longo prazo. Até agosto, as comissões dos países envolvidos no negócio terão de dar as primeiras respostas a problemas como a questão ambiental, o financiamento do projeto as questões regulatória e tarifária.

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