As empresa que fazem operações de leasing no Brasil tiveram uma grande surpresa em 2004. A estimativa era de que as carteiras poderiam, num cenário bastante favorável, ter expansão de 30%. Mas até novembro esse crescimento já estava em 40,8%.
Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), Antonio Bornia, a expressiva alta das carteiras, que registraram saldo de R$ 12,76 bilhões (até novembro segundo o Banco Central), deve-se à retomada do consumo interno e à estabilidade econômica do País. "Foi uma boa surpresa que deve se manter em 2005, quando estimamos que as operações devem, no mínimo, crescer cerca de 30%", diz.
Segundo Bornia, o próximo ano deve ser marcado pela o aumento da participação da indústria de máquinas e equipamentos nos contratos de leasing celebrados no País. "As companhias vão começar a contabilizar os retornos dos investimentos realizados e passarão por um novo ciclo de endividamento, o que deve favorecer bastante o leasing."
Atualmente, esse tipo de bem representa 20,1% do total de contratos de leasing brasileiros, ficando atrás apenas de veículos, que detêm uma participação de 64,9%. Em terceira colocação no ranking dos bens mais comprados por meio de leasings, estão os equipamentos de informática com 13%.
Bornia também afirma que a recente apreciação do real frente ao dólar não é mais uma preocupação para os operadores de leasing. "Desde a desvalorização do real em 99, o dólar deixou de ser o indexador favorito dos tomadores." De acordo com dados da Abel, nos dez primeiros meses desse ano, as concessões indexadas ao dólar representaram apenas 1,73% do total operações realizadas no período.
A taxa líder do setor é a prefixada, que responde por 87 04% das operações no ano. "Hoje o tomador prefere a uma taxa que ele possa mensurar e que não traga surpresas desagradáveis durante o contrato." Os números da Abel também mostram que o CDI é a taxa referencial de 5,26% dos contratos, enquanto a TJLP e TR, participam com 2,03% e 0,11%, respectivamente.