Em meio a suspensões, contusões, abandono do clube, o que mais abala o técnico Emerson Leão não é a dificuldade de montar um time às vésperas de mais uma partida do Corinthians. O que tira o treinador do sério é a saída prematura do lateral-direito Fagner, um dos destaques do Brasil no Sul-Americano Sub-20.
O contrato do jovem jogador acabou na última quarta-feira. E seu empresário já o negocia com outros clubes brasileiros. "Fico enojado. Com o Fagner foi pior do que com Christian, que saiu por problemas particulares. Foi um roubo dentro da lei", lamentou Leão.
O lateral, de apenas 17 anos, foi promovido aos profissionais pelo treinador na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado. Por isso, a saída dele foi um duro baque para Leão, principalmente agora com a equipe carente de jogadores na posição.
Para o técnico do Corinthians, a culpa é da lei brasileira. "Você coloca no time um garoto (de 17 anos), que era um bebê. Pela força das circunstâncias, ele vai para a seleção (sub-20). Chega alguém, dá um dinheiro ao pai e o leva embora", disse Leão.
Leão afirma que é necessária uma reformulação na atual legislação do futebol. "As leis mudaram para pior. Melhoraram para os empresários, trouxeram intranqüilidade para a cabeça dos treinadores e uma movimentação maior nos bolsos de alguns. O Fagner está sendo mal orientado.
Depois de vencer o Campeonato Sul-Americano pela seleção, no último domingo, Fagner não apareceu mais no Corinthians. "Não tenho idéia para onde ele está indo, só sei que ele não veio agradecer e nem dizer tchau. O mundo dá muitas voltas," afirmou Leão.
Em relação a Christian, que também deixou o Corinthians e foi para o Inter, Leão não foi duro. "O contrato dele foi seguido certinho. Tinha uma cláusula que permitia a saída dele por uma proposta melhor. Ele falou comigo na quarta e disse que queria jogar contra o São Caetano. Ele não saiu por sair, vai encerrar a carreira ao lado da família no seu lar", amenizou o técnico.
Aviso
Leão falou neste sábado (03), mais uma vez, sobre os erros da arbitragem no Paulistão. Especialmente do árbitro Otávio Corrêa da Silva, que apitou o jogo contra o São Caetano e expulsou três jogadores corintianos. E o treinador corintiano mostrou preocupação com a integridade física dos árbitros.
"O dia que um árbitro tomar um susto, e eu espero que fique apenas no susto, eu tenho medo que acabe em uma coisa maior. Não desejo isso, mas pode acontecer", contou Leão, que destacou que a maioria dos árbitros são desconhecidos. "Ninguém conhece o árbitro, o ódio fica para a gente (técnicos e jogadores). A rua é o fórum da revolta.