Uma peneira rigorosa ocorrerá em Jarinu, onde o Corinthians vai se preparar para o importante jogo de domingo, contra o Cruzeiro no Pacaembu.
Leão quer saber com quem pode contar para salvar o time do rebaixamento. O técnico avisou: vai tirar do grupo os covardes e os ‘traíras’ – jogadores que, na gíria futebolística, só pensam em receber salário, não se empenham em resolver a crise que domina o clube e pouco se importam com a humilhação de eventual descenso.
No Maracanã, após derrota por 3 a 0 para o Flamengo, o técnico chegou a discutir com repórteres, quando lhe perguntaram se havia jogadores que atuavam com má vontade para tirá-lo do comando. Irritado, disse não acreditar em boicote.
Restam apenas nove partidas para o fim da competição. Para afastar o risco de queda, a equipe precisará de, no mínimo, cinco vitórias. Antes das contas, porém, Leão quer saber quem está realmente a seu lado – e, principalmente, quem trabalha contra. ‘A hora é de ficar com quem tem caráter, dedicação e vontade’, falou. ‘Alguém vai pagar por isso.
O treinador conversou, ontem, durante bom tempo com o presidente Alberto Dualib. Outra vez, Leão foi poupado. Toda a culpa pelos fracassos ficou com os atletas. O comandante recebeu da diretoria a permissão de tirar do time quem quiser. Não importa se o jogador for desvalorizado.
Nomes importantes do elenco correm sério risco de perder a vaga de titular e, até mesmo, de afastamento definitivo, como Roger, Gustavo Nery, César, Coelho, Rafael Moura, Sebá, Rosinei e Amoroso.
A peneira de Leão será feita ‘olho no olho’, como gosta de falar. O técnico vai conversar com cada um dos atletas corintianos. A insegurança já domina os jogadores – principalmente depois que todos souberam das acusações disparadas pelos líderes do elenco.
Magrão foi o que mais se irritou. E acusou. ‘Essa situação não pode continuar. É preciso ser homem para jogar no Corinthians’, desabafou. ‘Está faltando reação, vontade. Não vou falar os nomes porque não sou do tipo de jogador que sai apontando colegas.
Marcelo Mattos também não deixou por menos. Ainda no intervalo do confronto com o Flamengo, foi duro: ‘Tem gente sem vontade’, disparou.
Leão segue tendo o apoio do torcedor – pelo menos das uniformizadas – para tomar decisões. A Gaviões da Fiel, principal organizada, promete paz, por entender que atitudes drásticas atrapalhariam mais do que ajudariam o time.
Mas alguns de seus líderes admitem que a ameaça de rebaixamento incomoda. Apesar de sinalizar com trégua, há o temor de que se o time fracassar contra o Cruzeiro, no fim de semana, os protestos deverão ser bem mais pesados.