A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento alerta os produtores rurais do Paraná para adotarem tecnologias de proteção às suas lavouras a partir da noite desta quarta-feira (23). A previsão é que uma intensa massa de ar polar deverá atingir todo o Sul do País e provocar a primeira geada do ano no Estado.
A preocupação é com as lavouras mais suscetíveis à queda de temperaturas como as olerícolas (legumes e verduras) e o milho safrinha. Já o trigo e demais cereais de inverno, como cevada, aveia e triticale, apresentam maior resistência ao frio dependendo do estágio vegetativo, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini.
Se ocorrer uma geada forte, como está sendo anunciada pelos institutos meteorológicos, as lavouras de milho safrinha podem ser as mais prejudicadas. Animados com os bons preços que o grão atingiu este ano, os produtores paranaenses plantaram a maior área de milho em toda a história da cultura no Estado nessa época do ano, ocupando um espaço de 1,4 milhão de hectares.
Ocorre que 80% dessas lavouras estão em fase de risco. ?Se houver uma geada mais rigorosa, certamente vai comprometer os investimentos já feitos e poderá frustrar uma expectativa de renda futura?, observou o secretário.
Em relação ao café, a preocupação também é grande porque uma geada severa pode comprometer tanto a safra deste ano como a do ano que vem. Dependendo da intensidade da ocorrência climática, os produtores terão que fazer podas drásticas nos pés de café, que poderá comprometer a safra deste ano e do ano que vem.
Ainda dependendo da intensidade das geadas, a qualidade de bebida do produto colhido pode sofrer comprometimento. O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) já lançou o aviso de ?alerta-geada? para os cafeicultores da região Norte do Paraná. O serviço orienta os cafeicultores a adotarem práticas de proteção às suas lavouras, principalmente as mais novas, para evitar prejuízos. O órgão está prevendo forte resfriamento entre a madrugada da quinta-feira (24).
Para os pecuaristas que aderem às tecnologias já recomendadas para esse período de temperaturas baixas, o prejuízo deve ser mínimo. Os produtores podem fazer a fenação, silagem, rotação de piquetes, plantio de forrageiras de inverno, plantio de árvores sobre as pastagens, entre as tecnologias mais difundidas.