Lavoura do algodão usará trangênicos na safra de 2006

O presidente do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), João Carlos Jacobsen Rodrigues, confirmou hoje na capital baiana que pelo menos 100 mil sacas de sementes trangênicas serão utilizadas pelos produtores do setor na próxima safra, em 2006.

"Já temos a autorização do governo federal para usarmos a variedade de semente bellgard que é resistente à praga da lagarta e vai resultar em ganhos de custos de até 20%", comentou.

Jacobson informou que os laboratórios da Embrapa pesquisam outro variedade de semente de algodão, resistente ao bicudo, a praga mais devastadora dessa lavoura. "Esperamos em breve produzir esse trangênico no Brasil pois, por enquanto, a outra variedade, o bellgard, será importado", comentou, avaliando que os maiores produtores de algodão do mundo (China e Estados Unidos) já utilizam sementes trangênicas há dez anos. "Esse é o tempo do nosso atraso", constatou.

Os produtores de algodão acreditam poder economizar pelo menos 20% em defensivos agrícolas quando passarem a usar a semente geneticamente modificada.

Contudo, caso os fornecedores aumentem o preço dos trangênicos, a lavoura está preparada para combater essa eventual prática voltando a plantar da maneira convencional. Jacobson desdenha as queixas dos ecologistas em relação aos trangênicos, afirmando não se ter notícia no mundo de mortes ocasionadas pelos organismos modificados. As novas tecnologias serão discutidas no V Congresso Brasileiro de Algodão, marcado para 29 de agosto, no Centro de Convenções da Bahia.

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