Nove corpos de policiais e 62 tiros. O Primeiro Comando da Capital acertou em média 7 tiros em cada policial morto na capital, mostra a investigação preliminar dos laudos de corpos levados ao Instituto Médico-Legal Central. Com a reação da polícia nos dias seguintes aos ataques, o IML Central recebeu corpos de 28 suspeitos. Neles havia uma média de 3 tiros, muitos disparados pelas costas ou de cima para baixo, o que indica possíveis execuções.
Entre os suspeitos, há quem tenha morrido com oito tiros, caso de um homem branco, de 35 anos, ocorrência apresentada pelos policiais ao 49º Distrito, em São Mateus, zona leste. Já os exames dos corpos dos policiais revelam que nenhum deles recebeu menos de 3 tiros – o recorde foram os 18 tiros que atingiram no dia 13 o policial civil Ailton Carlos Santana, de 28, na zona sul.
Esse é o primeiro balanço sobre as circunstâncias das mortes ocorridas na guerra deflagrada pelo PCC. Ele é baseado no exame dos 132 laudos sobre pessoas mortas a tiros entre 13 e 20 de maio na capital, no auge da guerra entre a polícia e o PCC, e encaminhados ao IML Central. Os documentos foram entregues pelo governo do Estado na semana passada ao Conselho Regional de Medicina, à Defensoria Pública e ao Ministério Público Federal.
O material inclui ao todo 37 casos de morte diretamente ligados aos ataques do PCC. Outros 10 casos são de pessoas que foram vítimas de execuções nas quais se suspeita da participação de policiais. Havia ainda no material 85 casos de homicídios e suicídios que não tinham nenhuma relação com a crise de segurança causada pelos atentados do PCC.