Laudo sobre Metrô provoca reunião de executivos

Terminou, às 2h40 desta madrugada, uma reunião convocada de última hora pelo secretário estadual de transportes metropolitanos, José Luiz Portella, com o presidente e diretores da Companhia do Metropolitano (Metrô), e representantes do Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da Linha 4 (Amarela), do Metrô. O encontro extraordinário ocorreu na casa do secretário, no bairro do Paraíso, na zona sul da capital paulista.

Assim que tomou conhecimento, através de uma reportagem do Jornal Nacional que foi ao ar na noite de ontem, de que as soldas realizadas nas vigas de sustentação das paredes de concreto da futura estação Fradique Coutinho poderiam comprometer toda a estrutura da estação, Portella convocou uma reunião em sua residência, mas não falou com a imprensa ao término dela. Os representantes da Via Amarela, ao deixarem o apartamento do secretário, não quiseram expor o que foi decidido no encontro.

Já o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, voltou a afirmar que ficou surpreso com as denúncias e que só tomou conhecimento do que ocorria nas obras na Rua Fradique Coutinho através da reportagem que foi ao ar. Mudando do tom anterior do final da noite de ontem, quando afirmou que nada fora avisado sobre a preocupação na estrutura "porque não há preocupação na estrutura", David afirmou, no final da reunião desta madrugada, que a partir de agora todo e qualquer laudo feito por engenheiros contratados pelo consórcio terá de ser repassado ao Metrô e que vai exigir do Consórcio Via Amarela todos os laudos das obras da Linha 4 a partir do dia 12 de janeiro, data do desabamento do canteiro de obras da futura estação Pinheiros, na zona Oeste da cidade, onde sete pessoas morreram.

"Estamos aguardando os laudos relevantes e irrelevantes desde o dia 12. Temos que julgá-los com isenção. Eles são rotineiros, mas nem sempre chegam ao Metrô. Estamos exigindo do Consórcio que dê explicações sobre as soldas"., disse David. O presidente do Metrô afirmou ainda que o secretário recebeu "com indignação" a existência do relatório elaborado pelo inspetor Nelson Augusto Damásio, contratado pelo Consórcio. No documento, são apontadas falhas no sistema de soldas da obra.

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