O mar de lama despejado no Rio Muriaé pela mineradora Rio Pomba Cataguases pode deixar sem água, a partir de amanhã, os 92 mil habitantes de Itaperuna. É o segundo município do noroeste fluminense atingido pelo acidente ambiental causado pela empresa mineira. A previsão de corte do abastecimento ocorreu porque no fim da tarde de hoje o nível de turbidez da água estava oito vezes acima da capacidade de tratamento na cidade vizinha de Laje do Muriaé, que fica a 35 km. Lá, a população de 8,5 mil pessoas está sem água potável desde as 22h45 de ontem.
Em Itaperuna, o nível do rio atingiu 5,3 metros às 6h de hoje, quase um metro acima do limite de transbordamento (4,5 metros) e dois acima do nível normal. A expectativa é a de que o grande volume de água ajude a diluir a lama, cuja previsão de chegada na cidade era ontem à noite, e evite uma tragédia como a que ocorreu nos municípios mineiros de Muriaé e Miraí. Em Laje do Muriaé, que já estava alagada, a lama chegou na noite de quarta-feira, com menos força.
Hoje foi dia de lavar as calçadas e contabilizar o prejuízo. A prefeitura transportou água mineral em 13 caminhões-pipa e moradores formaram uma fila na porta da igreja, onde houve distribuição. Lojas e bancos ficaram com as portas fechadas. Segundo a Defesa Civil, 3 mil estão desalojados e 500 ficaram desabrigados na cidade.
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