O Laboratório Central do Estado (Lacen), da Secretaria de Estado da Saúde, confirmou na tarde desta quarta-feira (30) dois casos da doença de Chagas Aguda em pacientes que moram em Curitiba. Esses são os primeiros casos da doença confirmados em moradores do Paraná. Os pacientes ? uma mulher e uma criança – passaram por Santa Catarina e beberam caldo de cana.

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Além desses casos, o Lacen já havia também confirmado o de um casal residente em Piçarras (SC) e o de um caminhoneiro que mora em Navegantes. A mulher e a criança que tiveram os casos confirmados terão que voltar ao Lacen para fazer novos exames e devem iniciar o tratamento imediatamente para a doença não adquirir a forma crônica.

Ainda existe mais um caso confirmado e um sob suspeita, ambos na forma crônica da doença (a pessoa já estava infectada há mais tempo). Esses casos da fase crônica não são considerados casos do surto de Santa Catarina. Para detectar os casos da doença do Mal de Chagas, o Lacen realiza três testes: o primeiro é parasitológico, realizado por meio de uma gota de sangue, e os outros, chamados sorológicos, são os testes de imunofluorescência e elisa. No teste de imunofluorescência são realizados mais dois exames de anticorpos: o IgG, para identificar a fase crônica, e o IgM, para identificar a fase aguda.

O Lacen já realizou mais de 600 exames para detectar a doença de Chagas. Este é o número de amostras enviadas desde o dia 23 deste mês, quando teve início o surto da doença em Santa Catarina. O Lacen foi designado pela Secretaria como laboratório de referência para fazer os exames, cujo volume aumentou de cinco por dia para 120 na última semana. Até o momento, apenas um paciente de Santa Catarina que fez o diagnóstico no Paraná está internado no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba.

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Mais 3 mil amostras de sangue chegaram ao laboratório e devem ser submetidas a exames dentro de uma semana. ?Conseguimos absorver muito bem a demanda, estamos com uma estrutura bem desenhada, o que garantiu o atendimento à população?, disse Soraia Reda Gilber, farmacêutica bioquímica do setor de imunologia do Lacen. O importante, segundo ela, é que as pessoas procurem sempre um posto de saúde para informações e para realização do exame.

O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira, que só precisa fazer o exame quem esteve no litoral de Santa Catarina, entre os dias 8 e 26 de fevereiro, passou pela BR-101 nas cidades de Joinville, Itajaí, Itapema e Navegantes e bebeu caldo de cana.

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Além do trabalho que o Lacen está realizando, a Secretaria da Saúde enviou às Regionais de Saúde orientação de como proceder quanto à coleta e envio do soro para o diagnóstico laboratorial. Medicamentos foram disponibilizados, para atender pacientes que apresentassem sintomas, além de produzir orientações para a comunidade, sobre como coletar e enviar o inseto barbeiro para exames. A Vigilância Sanitária do Estado, também participa das ações de conscientização, orientando quanto ao preparo do caldo de cana e atendimento.

Segundo o coordenador do Centro de Saúde Ambiental, Natal Jataí de Camargo, essas ações são para garantir que a população tenha todo o atendimento e esclarecimento do que é a doença. ?A população deve saber como agir em um caso de um surto como este. Se as pessoas se alarmarem, acaba piorando a situação?, disse. ?Não existe motivo para preocupação?, afirmou.

A Vigilância Sanitária de Alimentos disse que o caldo de cana no Estado do Paraná pode ser vendido normalmente. O risco de contaminação pelo agente causador da doença de Chagas é pequeno e a vigilância pede somente para que as pessoas fiquem atentas quanto às condições de higiene do local. ?É importante observar as condições de higiene e manuseio, locais onde ficam guardadas as canas e proteção contra insetos?, alerta Ronaldo Trevisan, chefe da Coordenação de Vigilância Sanitária de Alimentos da Secretaria da Saúde.