O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, defendeu hoje a criação do Banco do Sul e a construção de um gasoduto do sul, com apoio da Venezuela e Bolívia, além da definição de uma moeda única, como pontos-chave para o avanço do Mercosul nos próximos anos.
Em discurso na Cúpula do Mercosul, que acontece no hotel Copacabana Palace, na zona sul do Rio, Kirchner defendeu a plena presença da Venezuela e da Bolívia no bloco. Para ele, os governantes da América do Sul "estão defendendo os interesses firmemente, com justiça social e igualdade no centro das suas agendas".
Kirchner, que sucedeu o presidente Lula na lista dos chefes de Estado que farão pronunciamento, disse que a "liberalização indiscriminada" não deve travar a prosperidade das sociedades dos países sul-americanos. "A Argentina crê profundamente no processo de integração", afirmou.
Para o presidente argentino, é fundamental reduzir as significativas assimetrias entre os países do bloco, inclusive na atração de investimentos. "Nosso bloco deve se consolidar como promotor da democracia de uma região cada vez mais estável em termos políticos, econômicos e sociais", disse.
Kirchner disse também que o Mercosul "não é algo idílico" e é preciso admitir as dificuldades no bloco, que para ele resultam sobretudo das "agendas inconclusas" do bloco econômico.