O novo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, disse há pouco, em seu discurso de posse, que a sua indicação para dirigir a agência é uma demonstração de que o governo compreende que a Aneel deve ter competência técnica e independência decisória. Segundo ele, a Agência não é como o Procon, que deve cuidar apenas do interesse do consumidor. Também não é um órgão representativo dos investidores e nem um cargo político do poder Executivo.
Segundo ele, a ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, tem consciência de que essas características são essenciais para que o setor elétrico tenha uma regulação transparente, estável e eficaz. Kelman disse reconhecer que a formulação de política é de competência do governo, mas também que cabe à Aneel identificar lacunas ou impactos indesejáveis da política e alertar previamente ou a posteriori o poder Executivo. Ele disse que tem em comum com Dilma duas características: não brigar com os fatos e reconsiderar quando confrontados com argumentos sólidos.
Kelman elogiou as novas regras ambientais para o setor elétrico, dizendo que "elas trazem o olhar social e ambiental desde o primeiro momento " e aumentam a responsabilidade dos órgãos ambientais. Ele reproduziu a frase da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, segundo a qual "não basta dizer que não pode, é preciso dizer o que pode".
Segundo Kelman, as regras anteriores abordavam a questão ambiental tardiamente e os órgão ambientais se comportavam como se o que estivesse em jogo fosse apenas o interesse privado do empreendedor e não o interesse da sociedade.