Na carta divulgada nesta sexta-feira (29) pelo Ministério da Fazenda, o secretário demissionário do Tesouro, Carlos Kawall, trata o ministro Guido Mantega com intimidade. Agradece os convites que recebeu, inicialmente para a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e depois para a secretaria do Tesouro, e ressalta que deixa o governo sem inimizades, seja com o ministro ou com integrantes do governo.
"Sabemos que esta interpretação é infundada e inverídica, somente podendo prosperar na mente dos que (ainda que legitimamente) fazem oposição ao governo, ou daqueles que implicitamente acreditam que quem está em um cargo público não tem vida pessoal", afirma Kawall.
Na carta, destinada ao ministro Mantega, Kawall diz que, "ao contrário do futebol, quem sai do governo tem que ter a responsabilidade de deixar o time quando ele está ganhando. É o que acredito. Saio com otimismo quanto ao futuro do País, que tem todas as condições de ingressar em um ciclo de crescimento sustentado com estabilidade econômica".
"Por isso, quero reafirmar de público meu apoio à condução da política econômica do governo e, em particular, a sua política fiscal e de dívida pública, que devem contribuir para que nossa classificação de risco mantenha-se em ascensão, devendo inevitavelmente nos conduzir, no horizonte do próximo governo, ao grau de investimento, ressalta Kawall.