Antonio Scorza/AFP
O meia Kaká voltou a afirmar nesta terça-feira que não fez nada para merecer a expulsão na partida de domingo em que o Brasil derrotou a Costa do Marfim por 3-1 e ressaltou que tenta encarar o cartão vermelho, que o deixa de fora do jogo contra Portugal na próxima sexta-feira, de maneira positiva.
¨Posso ter uma semana até o próximo jogo, provavelmente, se tudo der certo e a gente terminar em primeiro, para fazer um trabalho de fortalecimento, de potência, de força, para melhorar a minha força física e com muita vontade de jogar as oitavas de final¨, declarou o camisa 10 da seleção de Dunga em uma entrevista coletiva no Randpark Golf Club.
Com seis pontos em dois jogos, o Brasil precisa apenas do empate no dia 25 contra Portugal, que tem quatro, para ser o primeiro colocado do Grupo G da Copa do Mundo. A partida será disputada na cidade de Durban.
Kaká, que foi expulso pela terceira vez na carreira, destacou que o relatório da Fifa sobre o jogo afirma apenas que ele recebeu o segundo cartão amarelo, sem qualquer menção a uma possível agressão. Mesmo assim, o jogador disse que terá que se policiar no futuro, até mesmo para evitar possíveis erros dos árbitros.
O jogador também falou sobre o momento que vive, em recuperação de uma lesão muscular, mas com uma atuação decisiva na partida contra os marfinenses, quando deu passes para dois gols.
¨Realmente é um alívio. A maioria de vocês acompanhou minha evolução nos treinos, nos amistosos e eu realmente não estava à vontade. E o primeiro jogo da Copa (2-1 contra a Coreia do Norte), pela ansiedade, por uma série de fatores, eu não sabia em que condições poderia chegar. Mas fui crescendo, o primeiro tempo não foi tão bom, mas o segundo já foi melhor¨, disse.
¨No jogo contra a Costa do Marfim já fiz muitas coisas que estou acostumado a fazer quando estou em campo. Realmente é um alívio¨, completou o jogador do Real Madrid.
¨Minha recuperação vem sendo muito boa, o principal na forma física ativa, dentro de campo. Neste jogo já consegui dar algumas arrancadas mais características, fazer algumas jogadas mais rápidas. Tudo isso me deixa mais confortável dentro de campo¨.
Mas Kaká não quis opinar sobre seu substituto para o jogo contra Portugal. Dunga pode escalar Nilmar no ataque e recuar Robinho para o meio ou optar entre Julio Baptista e Daniel Alves para o lugar do camisa 10.
Ele disse ainda que fica triste por não poder jogar contra os portugueses, mas que agora precisa ter paciência e que vai torcer e apoiar o time do lado de fora. Kaká destacou que viajará a Durban para apoiar os companheiros.
Ao comentar o fim do jogo contra a Costa do Marfim, muito nervoso e que terminou com sua expulsão, Kaká afirmou que a seleção brasileira reagiu da maneira adequada.
¨Apesar de este grupo ser um grupo supertranquilo, ninguém tem sangue de barata. Em campo vocês puderam ver o que aconteceu. Mas acho que em nenhum momento a seleção brasileira foi desonesta ou desrespeitou o adversário¨.
¨Vocês nunca viram a seleção brasileira ser violenta, mas também nunca vão ver a seleção brasileira retroceder quando tiver que ir para um confronto físico, não digo de briga, mas digo um confronto mais duro, de dívidas¨.
Para o jogador, o Brasil demonstrou qualidade por ter se classificado em apenas duas partidas para as oitavas, apesar de estar no considerado ‘Grupo da Morte’.
Também não quis escolher o adversário da seleção para as oitavas, que sairá do grupo H, entre as equipes da Espanha, Chile e Suíça.
¨O principal é que o Brasil seja o Brasil, não só nas oitavas, mas durante toda a Copa, como a gente viu agora no jogo da Costa do Marfim¨, declarou.
¨A Copa marca de maneira geral. Claro que quanto mais decisivo o jogo é, mais importância ele tem. E você só vai ficar marcado se tiver êxito na grande final¨.
Ao ser questionado sobre a discussão do técnico Dunga com os jornalistas na entrevista coletiva após o jogo com a Costa do Marfim, disse que não viu as imagens e preferia não fazer comentários. Mas completou que o treinador é muito tranquilo com os jogadores.
