Quatro meses e meio depois da eliminação brasileira na Copa do Mundo da Alemanha, com a derrota por 1 a 0 para a França, nas quartas-de-final, o meia Kaká admitiu que não devia ter atuando naquela partida, porque não havia se recuperado totalmente de uma pancada no joelho direito sofrida na partida anterior, a vitória por 3 a 0 contra Gana.
Na época, a presença de Kaká ficou ameaçada nos dias anteriores à partida, disputada em Frankfurt, no dia 1.º de julho. Ele fez tratamento intensivo e foi liberado para jogar, mas afirmou, em entrevista à Rede Globo transmitida neste domingo, no programa Esporte Espetacular, que não deveria ter estado em campo.
"Não serve como desculpa, afinal, se eu estou em campo, é porque tinha condições de jogar. Claro que na Copa do Mundo você está no meio de uma euforia e não sabe o que pode acontecer, mas acho que errei em jogar, porque quando entra machucado, você acaba limitado", contou Kaká, em entrevista realizada durante a semana na preparação do Brasil para a partida contra a Suíça, na quarta-feira, quando a seleção de Dunga venceu por 2 a 1.
Kaká não soube apontar um motivo pela derrota brasileira para a França, mas disse que culpar o fato de o Brasil ter enfrentado apenas equipes fracas na preparação não é uma boa justificativa. "Em 2002 foi a mesma coisa. O que acho que atrapalhou foi o excesso de gente na preparação, isso atrapalha a concentração dos jogadores e pode ser melhorado", defendeu.
Sobre o fato de ter ficado na reserva em dois jogos sob o comando de Dunga, Kaká disse que isso serviu de motivação e prova de que um novo ciclo na equipe havia começado. "Quando vi que não ia jogar, pensei que mostraria minha capacidade assim que tivesse chance", disse – no jogo contra a Argentina, saiu do banco para marcar o último gol da vitória brasileira por 3 a 0, em Londres. Também ficou no banco na goleada por 4 a 0 sobre o Kuwait, mas recordou que, na Europa, isso é normal. "A gente está acostumado, os técnicos rodam muito os jogadores e dão espaço para todos.
Ele acredita que o fato de Dunga e Jorginho terem encerrado recentemente a carreira pode ajudar na condução da seleção brasileira. "Eles estavam em campo há até pouco tempo e isso facilita muito o contato deles com os jogadores", completou Kaká que, aos 24 anos, não se coloca um prazo-limite para seguir na seleção. "Enquanto houver motivação e tiver capacidade de ajudar estou lá.