A Suprema Corte russa ordenou hoje o fechamento de um dos partidos de oposição mais antigos do país, numa clara indicação de que o governo continua preparando o terreno para a transição do presidente Vladimir Putin no ano que vem. De acordo com a decisão judicial, o Partido Republicano teria apenas 40 mil membros e não os 50 mil membros exigidos pela lei eleitoral.
"Os direitos de dezenas de milhares de cidadãos russos foram violados com esta decisão. Esta é parte da política do Kremlin para reprimir a oposição.", afirmou um dos líderes do partido, Vladimir Ryzhkov, que afirmou que o partido conta com 58 mil integrantes. Ryzhkov disse ainda que pretende levar o caso à corte européia de direitos humanos.
Críticos acusam a lei eleitoral russa, que exige também que os partidos tenham representação em metade das províncias, de ter sido criada especificamente para acabar com os pequenos partidos de oposição. O Kremlin nega as acusações, afirmando que a medida é uma tentativa de homogeneizar o caótico cenário político do país.
Hoje a promotoria russa também suspendeu o partido radical Nacionalista Bolchevique, responsável pelas recentes manifestações contra o governo. "Aceitei o desafio lançado pela promotoria e vamos lutar", disse o líder do Partido, Eduard Limonov. A oposição marcou para amanhã um protesto, que será realizado em Nizhny Novgorod, a terceira maior cidade da Rússia. O país realizará em dezembro suas eleições parlamentares e escolherá seu novo presidente em março de 2008.