A Justiça Federal do Mato Grosso determinou ontem a quebra dos sigilos bancário e fiscal do empresário Abel Pereira, ligado a Barjas Negri (PSDB), ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso. Pereira é acusado pelos empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin, donos da Planam, principal empresa envolvida na máfia das sanguessugas (compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro de emendas ao Orçamento da União), de ser o intermediário do esquema durante a passagem de Barjas pelo ministério.
"Abel sempre se dispôs a abrir mão de seu sigilo", disse o advogado Eduardo Silveira Mello Rodrigues. Segundo ele, o empresário já entregou petição à PF abrindo mão dos dados bancários e fiscais.
Investigado pela Polícia Federal, Barjas, atualmente prefeito de Piracicaba, nega as irregularidades. Abel também diz não ter envolvimento com a máfia das ambulâncias. A gestão Barjas na prefeitura fez contratos com as empreiteiras de Abel; o prefeito alega que a contratação passou por concorrência.
O empresário também é investigado pela suspeita de que teria tentado comprar o silêncio dos donos da Planam antes da divulgação do dossiê, outro fato que ele também nega.