O juiz-corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) Alex Tadeu Monteiro Zilenovski, decidiu ontem não renovar o bloqueio de sinal de celular no entorno dos presídios de Avaré, Presidente Venceslau, Iaras, Araraquara, São Vicente e Franco da Rocha e cobrou do Executivo uma posição mais ativa no combate ao crime. Durante a onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele tinha determinado o bloqueio, por 20 dias, do sinal das antenas próximas dos seis presídios. O objetivo era cortar a comunicação entre líderes da facção. A medida poderia ser prorrogada por mais 20 dias
Segundo Zilenovski, a iniciativa revelou-se "corajosa, útil, adequada e eficaz", mas não podia durar para sempre. "O dever de impedir a entrada de celulares nos presídios é do Executivo Estadual", afirmou
No despacho, ele pede à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) que analise "outros meios de que se valem criminosos profissionais para passar ordens a seus soldados soltos ou presos". E investigue e reprima eventuais focos de corrupção (ou coação) que, possam facilitar a movimentação indevida de presos ou sua comunicação com o mundo exterior
Para o juiz, a solução do problema passa por ações "concretas, efetivas e definitivas" e também pela seriedade, um dever de quem tem a missão de defender os interesses do povo. Ao fim da decisão, Zilenovski determina que todas as informações técnicas e factuais sobre o bloqueio sejam juntadas ao processo, com o envio de cópias à SAP, aos Ministérios Públicos Estadual e Federal, ao Congresso, à Assembléia, ao governo federal – ao qual está subordinada a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – e a juízes-corregedores
Mesmo antes da decisão, o governador Cláudio Lembo (PFL) já afirmava que o pedido de bloqueio de sinal não deveria ser renovado – contrariando afirmações feitas anteontem pelo secretário da Segurança, Saulo Abreu. "Ainda estou conversando com secretários, mas não deve ser pedido devido ao dano que causa à população.