A Justiça Federal determinou hoje a desocupação imediata da Fazenda Teijin, complicando ainda mais a situação dos sem-terra ligados ao Movimentos dos Trabalhadores sem-terra (MST) e à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) que ocupam o imóvel. Desde segunda-feira, eles mantêm 28 funcionários reféns e impedem que 10 mil bovinos recebam alimentação e água. Além disso, não permitem a entrada e saída ou entrada de pessoas que não sejam sem-terra
O imóvel, de 28,5 mil hectares, fica no município de Nova Andradina, a 240 quilômetros de Campo Grande. Dirigentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já davam como definida a desapropriação por decreto presidencial de outubro de 2001 e iniciou a implantação do assentamento, mesmo com a pendência judicial. Com o posicionamento da Justiça Federal, o protesto dos sem-terra poderá resultar em sérias conseqüências, conforme previsão de líderes dos dois movimentos
A decisão é da Justiça Federal de Dourados, determinando que todas as 1.057 famílias de sem-terra que estão na Fazenda Teijin desocupem a área "imediatamente". A medida foi adotada pelo juiz federal Jairo da Silva Pinto, destacando que determina "multa diária, no valor de R$ 10 mil, a ser suportado pelo expropriante INCRA, na hipótese de descumprimento de ordem judicial".