A batalha entre a nova Varig e as outras empresas aéreas em torno das rotas que a empresa antiga deixou de operar registrou mais um round nesta quinta-feira (24) no Rio. No início da tarde, o juízo da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que cuida do processo de recuperação judicial da Varig, mandou intimar a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para esclarecer, em 48 horas, porque o órgão regulador do setor aéreo avalia que não deve cumprir a decisão judicial que congela a distribuição de rotas da companhia aérea.
A intimação visa também dar ciência à diretoria da Anac e aos executivos de outras empresas aéreas. A decisão foi lida durante reunião da qual participavam diretores da Anac e executivos das companhias aéreas, cujo objetivo é indicar para onde as outras empresas de aviação pretendem voar no exterior, em substituição à Varig. A reunião chegou a ser interrompida, mas foi retomada e continua em andamento.
A Nova Varig informou à Vara Empresarial o que estava ocorrendo e a Justiça enviou dois oficiais para a plenária, que funcionava num dos prédios do Ministério da Aeronáutica, no Rio. A chegada dos oficiais gerou surpresa, mas as informações colhidas no local pela Agência Estado foram de que a diretora da Anac já não estava no local quando eles chegaram e, portanto, as intimações foram apenas lidas, mas não houve intimação efetiva.
Na prática, ainda hoje, a plenária deverá indicar que empresas ficarão com quais rotas para os países que eram operados pela antiga Varig. Essa decisão tem caráter consultivo e será enviada à diretoria da Anac, que tomará, num segundo momento, a decisão final, que poderá ratificar, ou não, a decisão em andamento.
Estavam em discussão pleitos de vôos para México, Estados Unidos França, Angola, Itália e Uruguai, disputados pela TAM, Gol, BRA e OceanAir. Os casos desses países implicariam redistribuição das rotas que não estão sendo operadas pela Varig. No início da reunião, aberta pela diretora da Anac, Denise Ayres Abreu, o advogado da nova Varig, Cristiano Martins, contra-argumentou que essa licitação não poderia ocorrer por conta da decisão judicial.