Uma equipe de representantes da Justiça francesa está no Brasil levantando informações a respeito de movimentações financeiras em nome do deputado eleito Paulo Maluf (PP-SP) e de sua mulher, Sylvia Maluf, em duas instituições financeiras da França.
Uma das missões da equipe era ouvir ontem o deputado eleito e sua mulher. Mas essa tarefa não foi cumprida. Os oficiais de Justiça não conseguiram localizar o ex-prefeito. Está marcado para hoje o interrogatório do filho de Maluf, Flávio Maluf, e de sua mulher, Jacqueline Maluf, esta última como testemunha.
Até o próximo dia 19, Maluf será diplomado como deputado, passando a ter foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). A diplomação dificultará investigações envolvendo o ex-prefeito, no Brasil e no exterior. Para que Maluf seja ouvido o Supremo terá de autorizar.
Maluf já foi preso – ficou 41 dias numa cela federal -, é réu em ação de improbidade administrativa, mas obteve o primeiro lugar na lista dos mais votados à Câmara nas eleições de outubro, com 738 mil votos.
Todos os processos e investigações contra o ex-prefeito também serão remetidos ao STF após a diplomação.
O advogado de Maluf no caso, José Roberto Leal, informou que ontem um oficial de Justiça foi ao escritório do ex-prefeito na tentativa de localizá-lo. Segundo Leal, Maluf está em Campos do Jordão e sequer foi intimado para o interrogatório. Por isso, não compareceu.
A investigação sobre as movimentações de Maluf está sendo conduzida pela Procuradoria da República do Tribunal de Grande Instância de Paris, em um inquérito sigiloso.