Segundo a secretária, essa já é uma tendência seguida por países que reforçaram as medidas de enfrentamento da lavagem de dinheiro. ?O que se sente é que, com o avanço do combate à lavagem de dinheiro, muitos países já sentiram necessidade e passaram para uma lei mais ampla, onde não existe essa lista de crimes antecedentes. Então pode cometer o crime de lavagem de dinheiro aquele que omitiu a origem ilícita de recursos obtidos por qualquer crime?, destacou a secretária, em entrevista concedida após a solenidade de abertura do Encontro Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro. Promovido Ministério da Justiça, em parceria com o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) e o Banco do Brasil, o encontro será realizado até a próxima sexta-feira (3) no auditório do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Durante a entrevista, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, salientou, ao fazer um balanço das ações conduzidas pelo governo federal, que o tema lavagem de dinheiro entrou de vez na agenda nacional. ?Temos uma Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro, temos um instrumento de gestão, que é o Gabinete de Gestão Integrada de Combate à Lavagem de Dinheiro; estamos incrementando, cada vez mais, nossos acordos de cooperação internacional, esperamos que até o fim do mandato do presidente a gente tenha assinado e em plena operação tratados com 50 países?.
Bastos reiterou que não existe uma ?solução mágica? para reduzir a lavagem de dinheiro no país, que, no seu entendimento, é causa final do crime organizado. Segundo ele, as medidas postas em prática pelo governo envolvem a coordenação entre vários órgãos envolvidos no combate a essas atividades criminosas. ?O nosso trabalho não é fazer chover agora, é construir as nuvens, significando isso construir as instituições, organizar as instituições, integrá-las e fazê-las funcionar com o máximo de harmonia possível?.
Também presente à coletiva, o ministro Waldir Pires, da Controladoria-Geral da União, destacou que para ?vencer a batalha contra o crime organizado?, é preciso unir o Executivo, o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público. Segundo Pires, as instituições brasileiras precisam trabalhar em conjunto para que ?tenhamos um país que possa superar as suas dificuldades sociais e organizar a vida do seu povo, preservando a coisa mais essencial que é a dignidade da pessoa humana?.
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