Cerca de dois milhões de brasileiros moram em outros países. Entre esses cidadãos, 86.359 poderão votar em um dos candidatos a presidente no dia 1º de outubro. Para isso, até 151 dias antes das eleições eles se cadastraram nas embaixadas ou consulados onde devem votar. De acordo com a Justiça Eleitoral, mais de cem cidades em 58 países já receberam as urnas para a votação – 240 são eletrônicas e, 55, de lona.

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O titular da Zona Eleitoral do Exterior, João Luís Fischer Dias, conta que o direito ao voto alcança até mesmo quem vive em situação ilegal no exterior. ?Eles não estão ilegais em relação à legislação eleitoral brasileira?, explica o juiz.

Nas cidades onde menos de 30 brasileiros estão cadastrados para votar, não haverá posto de votação. É o caso, por exemplo, de Paso de los Libres, na Argentina, da capital iraniana, Teerã, de Suzuka, no Japão, e de outros 30 municípios.

Nesses locais, os brasileiros poderão votar nas embaixadas e consulados de cidades próximas e com maior número de eleitores. De acordo com a Justiça Eleitoral, a maior parte dos eleitores que vivem no exterior está nos Estados Unidos.

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São 32.016 cidadãos em território norte-americano. O segundo maior contingente, 7.630 eleitores, mora em Portugal. Na Alemanha votam 4.515 brasileiros e na Inglaterra, 3.540. O menor grupo está na cidade uruguaia de Rio Branco, onde apenas um brasileiro se cadastrou.

Os brasileiros no exterior representam menos de 0,1% do total de eleitores do país e, de acordo com o cientista político David Fleischer, só poderiam interferir no resultado de uma votação se dois candidatos tivessem quase o mesmo número de votos, possibilidade remota numa eleição em que mais de 120 milhões de cidadãos estão aptos a votar.

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?Ainda assim, é importante que eles tenham o direito de participar. Isso faz com que mantenham os vínculos com os acontecimentos políticos daqui?, pondera Fleischer.

O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal treinou 56 servidores de chancelaria do exterior e quatro do Ministério das Relações Exteriores. Eles vão, por sua vez, capacitar servidores para atuar nos locais de votação no exterior. Ao todo, 1,2 mil pessoas estão envolvidas com o processo eleitoral fora do país.

Como qualquer brasileiro, os que moram no exterior têm o dever de votar ou justificar o voto. Caso contrário, ficam sujeitos a multa e não podem requerer visto diplomático, passaporte e outros documentos em embaixadas e consulados.