A Justiça do Trabalho vai instalar este ano 245 Varas em todo o país. De acordo com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, terão prioridade as localidades onde a atual estrutura é insuficiente para atender à demanda ou aquelas que estão "à margem da ordem jurídica", como as regiões que registram alta incidência de exploração de trabalho escravo.

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Em 2004, por exemplo, foram criadas Varas em localidades como Redenção, sul do Pará, a 1.300 quilômetros de Belém, localizada em uma região formada por 19 municípios onde são freqüentes os registros de exploração de trabalhadores em regime de escravidão.

Com a sanção da Lei 10.770, em 2003, que autorizou a instalação de 269 novas Varas do Trabalho no país, os Tribunais Regionais do Trabalho do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso reforçaram a experiência das Varas de Trabalho Itinerantes, que chegam aos locais de mais difícil acesso para atender às demandas dos trabalhadores.

De acordo com o cronograma estabelecido na lei, seriam criados este ano mais 38 Varas do Trabalho. Até 2008, seriam 69 a cada ano, até a conclusão do projeto de interiorização das Varas. A antecipação desse cronograma foi assegurado no Orçamento de 2005 da União, que destinou R$ 127,3 milhões para essa finalidade. Os recursos serão usados para a criação de novos cargos para juízes e o pessoal de apoio e também para a instalação física, que inclui desde construção de reforma aos equipamentos.

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As novas Varas deverão ser auto-sustentáveis. De acordo com a projeção técnica do TST, cada uma delas arrecada mensalmente cerca de R$ 80 mil de contribuições para a Previdência Social e de impostos para a Receita Federal, incidentes sobre os créditos trabalhistas resultantes das sentenças de condenação.