A Justiça Federal decretou a quebra do sigilo bancário e telefônico do ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Freud Godoy e de outros cinco petistas diretamente envolvidos na compra e divulgação do dossiê que se destinava a prejudicar candidatos do PSDB. Ontem, a Justiça já havia determinado a prisão temporária dos seis, mas a Polícia Federal deixou de cumprir a ordem por causa da lei eleitoral que proíbe prisões nos cinco dias que antecedem as eleições e até 48 horas depois do pleito, a não ser em flagrante.
A quebra de sigilo permitirá à PF e ao Ministério Público identificarem toda a cadeia de comando envolvida no levantamento de fundos, compra e divulgação do dossiê anti José Serra. Os outros alvos da quebra de sigilo são o ex-chefe do serviço de inteligência da campanha à reeleição de Lula, a chamada Abin do PT, Jorge Lorenzetti; o ex-chefe de gabinete do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas, coordenador da área de trabalho e emprego da campanha de Lula; o ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso; o ex-agente federal Gedimar Passos e o empresário Valdebran Padilha.
A ordem de prisão, se for mantida, somente poderá ser cumprida a partir da zero hora de quarta-feira, dia 4 de outubro. Isso porque a ordem judicial chegou na madrugada de ontem à Superintendência da PF em Cuiabá, uma hora e meia depois de a proibição entrar em vigor, por imposição da Lei Eleitoral.