Justiça decreta prisão preventiva de deputado eleito no Acre

O deputado eleito Ronivon Santiago (PPB-AC) teve sua prisão preventiva decretada hoje pelo juiz da 1.ª zona eleitoral de Rio Branco, Júnior Alberto Ribeiro. Ele é acusado de crime eleitoral por compra de votos e desde o início da semana, quando ocorreram protestos de eleitores indignados por não terem recebido o dinheiro prometido, vem sendo procurado sem sucesso pela Polícia Federal.

O mandato de prisão deve ser expedido para todas as superintendências da PF do País, já que o Ministério Público tem informações de que Ronivon não está mais no Acre. Na madrugada de sexta-feira, ele foi visto embarcando em um vôo da Varig em Porto Velho (RO) e desembarcando em Brasília. No mesmo vôo estava o governador Jorge Viana (PT), que embarcou em Rio Branco rumo a São Paulo.

“Pedimos o mandato como garantia da ordem pública, porque começou a pipocar no Estado inteiro denúncias de que esse cidadão não pagou por votos comprados, com ameaças a integridade física de seus cabos eleitorais. Havia um clamor popular para que esse elemento fosse preso”, explicou o promotor Osvaldo DÐAlbuquerque Lima Neto. Segundo ele, a medida contra o ex-deputado – famoso por ter renunciado em 1997 em meio a denúncias de que teria votado a favor da emenda da reeleição em troca de R$ 200 mil – também se justifica pelo fato de ele estar foragido e, com isso, não poder ser encontrado para depor.

Na quarta-feira, a PF apreendeu na casa do deputado em Rio Branco uma série de documentos que comprovariam o aliciamento de eleitores: títulos eleitorais, listas de eleitores com identificação de seções eleitorais, recibos de pagamento e vales-combustível (usados como moeda de troca depois que a Justiça determinou, antes da eleição, a limitação dos saques bancários a R$ 10 mil).

Até agora, pelo menos sete cabos eleitorais de Ronivon já foram presos e confirmaram que o ex-deputado oferecia R$ 100 para cada eleitor disposto a votar nele e em seus aliados. Na segunda-feira, cerca de 300 moradores de Cruzeiro do Sul, município do interior do Acre, chegaram a ir até uma delegacia local para fazer queixa contra o parlamentar, o terceiro mais votado no Estado.

O pepebista já enfrenta uma investigação judicial eleitoral que foi apresentada pelos procuradores da República no Tribunal Regional Eleitoral (TER). O objetivo dos procuradores é impedir sua posse no cargo, mas para isso o caso precisa ser julgado antes da diplomação, em dezembro. A reportagem procura desde terça-feira pelo deputado nos telefones de sua residência, mas nunca obteve retorno.

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